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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Prefeito Lélis rebate denuncias apresentadas pela revista Istoé, em entrevista na radio Sucesso Bambuí fm.

Acesse o link e ouça a entrevista completa.

http://www.4shared.com/mp3/5MNtcCJW/ENTREVISTA_PREFEITO_LLIS_DIA_1.html

Fonte: www.sucessobambui103fm.com.br

REVISTA ISTOÉ FAZ LEVANTAMENTO DE PREFEITOS COM FICHA SUJA E O PREFEITO DE BAMBUÍ FOI CITADO.

Fonte: http://www.istoe.com.br

Os fichas-manchadas

Levantamento realizado por ISTOÉ mostra 

que há mais de 500 ações civis contra 

prefeitos acusados de corrupção que ainda 

estão sem decisão da Justiça

A má notícia é que muitos deles são 

candidatos à reeleição em outubro

Izabelle Torres
Nas grandes cidades e nos rincões do País, centenas de prefeitos
que buscam a  reeleição no pleito de outubro formam uma
nova categoria de candidatos. Como não foram
condenados pela Justiça, sempre morosa em seus trâmites, eles não 
podem ser chamados de “fichas-sujas”, como são definidos os políticos com
 passado comprovadamente criminoso. Na condição de denunciados, porém,
 seria justo dizer que eles são os “fichas-manchadas”. Mesmo acusados pelo
 Ministério Público e outros órgãos de fiscalização por fraudes e cobrança
de propina, entre outros crimes, esses políticos já se articulam para disputar
um novo mandato nas próximas eleições. Um minucioso levantamento feito
 por ISTOÉ nos registros dos Tribunais de Justiça estaduais revela
uma situação alarmante: 
há em curso mais de 520 ações civis contra gestores municipais
 atualmente no cargo, além de outras 283 já concluídas e que
 resultaram em cassações de mandato. 
Além disso, mais de 440 prefeitos figuram em relatórios de
auditorias da 
Controladoria-Geral da União por desvio de recursos de
convênios com o governo federal. As denúncias têm afetado
pouco a vida e os planos eleitorais dos suspeitos, 
que não parecem se constranger com o risco de ter que
 interromper um comício para depor na Justiça.

Em São Luís, capital do Maranhão, João Castelo (PSDB) segue
 para a campanha de outubro carregando sobre os ombros uma ação
de improbidade por fraude em licitação. Ele é acusado de participar
 de um esquema que teria desviado cerca de R$ 115 milhões.
 Em João Pessoa, o mesmo pecado. O prefeito Luciano Agra
 (PSB) é acusado de superfaturamento de pelo menos R$ 3 milhões
 em desapropriações de terras. Já a prefeita de Natal, Micarla de Souza
(PV), responde por denúncias de ilegalidade nas transações de aluguel de um
 imóvel para abrigar uma das secretarias municipais. Na capital mineira,
o prefeito Marcio Lacerda (PSB) é o oponente que ninguém quer enfrentar.
Com o apoio de caciques e a capacidade de fechar acordos suprapartidários,
ele ignora a ação do Ministério Público que o acusa de causar danos ao
 Erário em quase R$ 1 milhão com fretamento de aeronaves. Ao se explicar
sobre a ação do MP, o prefeito disse que usou os aviões fretados
 para cumprir compromissos de agenda. “Nenhuma das viagens teve
motivação pessoal ou partidária”, afirmou. Também em Minas Gerais,
o prefeito de Bambuí, Lelis Jorge Silva (PTB), vai lançar sua campanha
de reeleição sem que tenha explicado a denúncia de aplicação
irregular de R$ 3,1 milhões, repassados pelo Ministério da
Integração Nacional para aplicação em obras de
 recuperação de vias públicas.

O juiz Marlon Reis, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
alerta que denúncias vão acompanhar prefeitos candidatos
à reeleição em centenas de pequenas cidades do interior brasileiro,
 como é o caso de Santa Bárbara d’Oeste (SP), Arataca (BA) e Codó (MA),
para citar os exemplos mais gritantes (leia nas fichas que ilustram
 esta reportagem dez nomes que se destacam entre os campeões de irregularidades).
“Há problemas de todos os tipos e em cidades de diferentes Estados”,
diz Reis. “Os processos demoram tanto que os acusados se reelegem
 sem que ocorra uma conclusão. Muitas vezes, eles são punidos somente
 muitos anos depois de deixar o poder.” A previsão do juiz já é uma realidade.
Caciques de cidades brasileiras deixarão o cargo em dezembro sem arranhões
judiciais, apesar da gravidade das acusações que pesam contra eles.

Mesmo aqueles denunciados que não podem mais se reeleger darão as
cartas na sucessão. É o caso dos prefeitos de Maceió, Cícero Almeida (PTB),
 e de São Paulo,
Gilberto Kassab (PSD). O primeiro carrega a acusação de ser o mentor
da chamada “Máfia do Lixo”. Almeida foi denunciado pelo
 Ministério Público sob acusação de integrar uma quadrilha que desviou
mais de R$ 200 milhões dos cofres públicos por meio de contratos com
 empresas de recolhimento de lixo. O caso foi parar no Tribunal de Justiça do Estado –
e lá ficou. Kassab figura como um dos políticos mais cortejados nas articulações
 para o pleito de outubro, enquanto é acusado pelo MP paulista de
envolvimento em fraudes na inspeção de veículos. Segundo os procuradores,
o fundador do PSD teria causado prejuízo de mais de R$ 1 bilhão
à Prefeitura para favorecer uma empresa doadora de recursos para
sua última campanha. 

O presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski,
tem uma teoria polêmica sobre o número elevado de acusações
contra prefeitos. Para ele, as ações não refletem propriamente
um aumento da corrupção nas prefeituras, mas seriam consequência de
 falhas no sistema de repasses. “O problema está nos convênios e nas
irregularidades que nascem em Brasília e deságuam nos pequenos
municípios”, diz Ziulkoski. “É um ciclo vicioso em que o prefeito,
de pires na mão, precisa se submeter para conseguir recursos para a
cidade. É injusto jogar a culpa somente no gestor.” Seja lá de quem for a culpa,
 o fato é que a corrupção nos municípios desenhou um novo mapa
de poder nas prefeituras nos últimos anos. Até o fim de 2011,
foram realizadas 169 novas eleições por conta da cassação de mandatos
 de prefeitos e vices. Nos próximos anos, esse número pode ser
ainda maior, considerando o fato de que metade dos políticos com
 as fichas manchadas por denúncias provavelmente ainda estará no poder.
Claro que isso dependerá primeiro do eleitor e depois do próprio Judiciário.
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